As suas preferências desta sessão foram atualizadas. Para alterar permanentemente as configurações da sua conta, acesse
Lembre-se de que é possível atualizar o país ou o idioma de sua preferência a qualquer momento em
> beauty2 heart-circle sports-fitness food-nutrition herbs-supplements pageview
Clique para ver nossa Declaração de Acessibilidade
App da iHerb
checkoutarrow
MZ

Sua Primeira Linha de Defesa contra Infecções Virais

138,270 Visualizações

anchor-icon Índice dropdown-icon
anchor-icon Índice dropdown-icon

A Importância das Membranas Mucosas nas Vias Aéreas

Para que qualquer vírus infecte a garganta, os seios paranasais, as vias aéreas ou os pulmões, ele precisa, antes de tudo, passar pelo corpo ou entrar nele através da membrana mucosa. Ela é a primeira barreira contra as infecções; o sistema imunológico é a segunda linha de defesa. Existem duas rotas pelas quais um vírus entra nos pulmões e causa danos sérios. A rota primária é o trato respiratório, enquanto a outra é o trato gastrointestinal.

A membrana mucosa do trato respiratório, que reveste nossas vias aéreas, é a primeira linha de defesa contra infecções virais. Ela consiste principalmente em células conhecidas como células epiteliais ciliadas. Essas células têm a superfície externa coberta por estruturas semelhantes a pelos, chamadas de cílios. Os cílios estão dispostos em grupos e atuam como as cerdas de uma escova, levando as secreções, os micro-organismos e os detritos do trato respiratório para cima e, por fim, para fora do nariz ou da boca. Duas camadas de muco se encontram sobre as células epiteliais ciliadas. O muco é produzido por outro tipo de célula epitelial, chamada de célula caliciforme. Uma versão mais fina do muco fica misturada aos grupos de cílios, enquanto uma camada mais grossa fica por cima dessa mistura. O muco é composto por mucina, nome dado a uma rede de proteínas em um complexo com açúcares.

A membrana mucosa e o muco têm a função específica de evitar a chegada de qualquer micro-organismo ou partícula aos pulmões. Dentro dos pulmões, existem células epiteliais especializadas que não possuem cílios. Os pulmões também não contêm células caliciformes. Nos pulmões, há apenas células epiteliais muito finas, tecido conjuntivo e vasos capilares, todos com a função de levar oxigênio ao sangue e recolher o dióxido de carbono para troca. Quando partículas ou micro-organismos chegam aos pulmões, isso se torna uma situação muito séria, pois a proteção nesse órgão é baixíssima. A importância da saúde do muco e do revestimento das vias aéreas para a prevenção de infecções virais não pode ser subestimada, pois problemas ligados ao mau funcionamento dessa linha de defesa estão associados a um aumento do risco de infecções mais sérias.

Prevenindo Infecções pela Rota Gastrointestinal

O trato gastrointestinal é a rota secundária pela qual um vírus entra no corpo. Dentro do trato gastrointestinal, existem alguns fatores de proteção além do revestimento de muco. Os complementos mais notáveis são secreções digestivas como ácido estomacal e enzimas digestivas. A estrutura do sistema imunológico nos intestinos também é muito maior. Se um vírus conseguir passar por esses fatores de proteção e infectar o trato gastrointestinal, ele conseguirá entrar na corrente sanguínea e infectar também os pulmões. Outro fator que aumenta bastante o risco da rota secundária de infecção é a falta de enzimas digestivas. Já se sabe bem que uma insuficiência de enzimas pancreáticas é um grande fator de risco para todas as infecções respiratórias virais. De fato, a terapia de reposição enzimática é a principal abordagem médica para reduzir o risco de infecções pulmonares nesses pacientes. Enzimas que digerem proteínas, as proteases, são capazes de digerir não apenas as proteínas nos alimentos, mas também as proteínas nas paredes celulares dos vírus. Os vírus contêm proteínas que se projetam para fora de suas membranas celulares e cumprem importantes funções no processo de infecção. Sem essas proteínas, os vírus simplesmente não conseguem entrar nas células humanas. A suplementação de proteases também é efetiva ao reforçar a barreira de muco nas vias aéreas.

O Que Determina a Gravidade de uma Infecção Respiratória?

A diferença entre infecções leves e graves parece se basear em alguns fatores. O mais importante deles é a carga viral à qual a pessoa é inicialmente exposta. Se a carga viral à qual a pessoa se expôs for bem alta, o risco de uma infecção mais grave será maior. 

Outro fator que determina a gravidade de uma infecção respiratória pode ser a capacidade do vírus de se locomover pelo trato respiratório e entrar nos pulmões. Uma infecção respiratória viral costuma começar pelo nariz, a partir de onde se locomove pelas vias aéreas. Quanto mais fundo ela chegar, mais séria ou grave será a infecção. Lembre-se de que as células pulmonares têm pouca proteção. Durante uma infecção viral nos pulmões, as células epiteliais pulmonares são danificadas não apenas pelo vírus infeccioso, mas também pela resposta imunológica do corpo à infecção. Se a resposta e a ação do sistema imunológico forem rápidas, a infecção poderá ser contida e eliminada em poucos dias. Porém, se a resposta imunológica for insuficiente ou agressiva demais, danos significativos poderão ser provocados.

Como Reforçar a Primeira Linha de Defesa 

A partir da discussão acima, já deve estar claro que o primeiro passo para reforçar as defesas do corpo contra infecções respiratórias ou quaisquer organismos que ataquem o trato respiratório é dar suporte à produção de uma barreira mucosa eficaz. Seguem algumas estratégias importantes: 

  • Hidratação adequada.
  • Consumir nutrientes importantes para a função epitelial e a produção de mucina (o componente do muco).
  • Utilizar fórmulas enzimáticas com protease.
  • Considerar a possibilidade de tomar um suplemento de N-acetilcisteína (NAC).

Hidratar-se Adequadamente é Fundamental

A água é essencial para a saúde das membranas mucosas. A mucina que as células epiteliais produzem é inicialmente “seca”; caso contrário, não haveria espaço suficiente na própria célula. As mucinas conseguem reter 1.000 vezes o próprio peso em água. Sem água suficiente, elas não conseguem crescer. Você se lembra daqueles brinquedos que aumentam de tamanho? Aqueles brinquedinhos baratos que ficam maiores quando você os coloca na água. É assim que o muco se forma. Portanto, água suficiente é essencial para o funcionamento do muco. Umidificadores podem ajudar a manter as vias aéreas úmidas, mas garantir hidratação suficiente de dentro para fora é fundamental para o funcionamento adequado da barreira. 

Principais Nutrientes para Reforçar a Eficácia da Barreira Mucosa

Ter deficiência de qualquer vitamina e mineral essencial pode provocar uma alteração na barreira mucosa. As células epiteliais precisam de um suprimento constante de nutrientes para que se repliquem adequadamente e cumpram tanto sua função estrutural como sua função de produção. Essas células produzem não apenas mucina, mas também várias outras substâncias protetoras fundamentais para combater vírus e organismos nocivos. Tomar uma fórmula multivitamínica e multimineral é essencial. Escolha uma que forneça, no mínimo, o valor diário recomendado de nutrientes essenciais como vitaminas AC e Dvitaminas do complexo B e zinco, pois esses nutrientes são especialmente importantes. Como, atualmente, a maioria dos multivitamínicos contém betacaroteno como a fonte de vitamina A, eu também recomendaria o consumo adicional de vitamina A na forma de retinol. Essa forma tem uma ação mais direta no combate a infecções.

Vitamina A

vitamina A foi a primeira vitamina lipossolúvel a ser descoberta, mas esse não é o único motivo pelo qual ela é chamada de “A” – o nome foi dado para representar suas propriedades “anti-infecciosas”. A vitamina A é absolutamente fundamental para a saúde e o funcionamento das membranas mucosas. Pessoas com deficiência de vitamina A são, em geral, mais suscetíveis a doenças infecciosas, sobretudo infecções virais. Já se demonstrou que a suplementação de vitamina A traz benefícios significativos na melhora da função imunológica durante infecções virais, principalmente ao combater vírus no trato respiratório. 

Os intervalos de dosagem de vitamina A dependem do uso pretendido. Durante a época de gripe e resfriado, para reforçar a saúde da mucosa e do sistema imunológico, considera-se segura uma dosagem de 3.000 mcg (10.000 UI) para homens e 1.500 mcg (5.000 UI) para mulheres. Durante uma infecção viral aguda, considera-se segura uma única dosagem oral de 15.000 mcg (50.000 UI) por um ou dois dias, desde que a chance de gravidez seja ZERO. Como altas doses de vitamina A durante a gravidez podem causar defeitos congênitos, mulheres em idade fértil não devem tomar mais de 1.500 mcg (5.000 UI) de vitamina A como suplemento por dia. O mesmo se aplica a mulheres lactantes.

Vitamina D

Também é importante tomar um pouco a mais de vitamina D do que se costuma encontrar em uma fórmula multivitamínica e multimineral. Cada vez mais, há pesquisas científicas mostrando que baixos níveis de vitamina D aumentam o risco de infecções respiratórias virais. Como os seres humanos conseguem produzir vitamina D na pele quando ela interage com a luz solar, é evidente que há uma tendência natural a produzir menos vitamina D no inverno. Suplementar a alimentação com mais vitamina D pode ajudar a evitar essa queda nos níveis de vitamina D durante o inverno. 

A maioria dos especialistas em vitamina D recomenda que adultos e crianças acima de 10 anos tomem 5.000 UI por dia durante os meses de inverno. Abaixo dessa faixa etária, as dosagens diárias recomendadas são as seguintes: 1.000 UI para crianças abaixo de 1 ano; 2.000 UI para crianças entre 2 e 4 anos; 3.000 UI para crianças entre 4 e 9 anos. 

Utilize Fórmulas Enzimáticas com Protease

Já se demonstrou que certas proteases apresentam benefícios na melhora da composição, das características físicas e do funcionamento do muco. As proteases são frequentemente usadas em fórmulas digestivas para auxiliar na quebra de proteínas obtidas pela alimentação. Quando consumidas com o estômago vazio, essas proteases são absorvidas pela corrente sanguínea para exercer efeitos sistêmicos, incluindo efeitos sobre o muco. 

A protease mais estudada é a mucolase – uma protease fúngica especial com ações confirmadas no muco do trato respiratório. Um estudo clínico avaliou o efeito da mucolase no muco de pacientes com bronquite crônica. Os pacientes foram divididos aleatoriamente para tomar protease ou um placebo durante dez dias. Enquanto o placebo não teve efeito sobre o muco, a mucolase produziu alterações significativas tanto na viscosidade (espessura) como na elasticidade (alongamento) ao fim do tratamento. De fato, a melhora na estrutura e no funcionamento do muco foi aparente por até oito dias após o fim do tratamento.

Outro estudo duplo-cego realizado durante dez dias mostrou que a mucolase não apenas melhorou a viscoelasticidade do muco, como também reduziu as inflamações nas vias aéreas.  Outras proteases, como a bromelaína e a serrapeptase, apresentaram efeitos semelhantes. A mucolase, a bromelaína e a serrapeptase reduzem a espessura do muco e, ao mesmo tempo, aumentam sua produção e melhoram drasticamente seu transporte pelos cílios. O resultado é a produção de muito mais muco, o que é eficaz para a neutralização de micróbios e sua remoção do corpo. Além de melhorar os efeitos mecânicos do muco, as proteases podem habilitar fatores de proteção especiais no muco para neutralizar organismos invasores de forma mais eficiente. Alguns dos fatores de proteção secretados no muco são IgA secretora e vários inibidores de protease derivados de glóbulos brancos que bloqueiam vírus, óxido nítrico e lactoferrina.

N-Acetilcisteína e a Saúde Respiratória

N-acetilcisteína (NAC) é um aminoácido composto por enxofre que tem um longo histórico de uso como agente modificador de muco para dar suporte ao trato respiratório. Ela também é usada no corpo para produzir glutationa – o principal antioxidante para todo o trato respiratório e os pulmões. Pessoas expostas a fumaça ou outras toxinas respiratórias, que sofrem de problemas associados a inflamações, como diabetes, obesidade e outras doenças crônicas, apresentam níveis mais baixos de glutationa. A suplementação de NAC pode aumentar os níveis de glutationa e ajudar a proteger os pulmões e o trato respiratório.

A NAC também é um agente modificador de muco. A NAC ajuda a reduzir a viscosidade das secreções brônquicas. Descobriu-se, além disso, que a NAC pode tornar os cílios no trato respiratório mais capazes de eliminar o muco, aumentando a taxa de eliminação em 35%. Por consequência desses efeitos, a NAC pode melhorar o funcionamento dos brônquios e pulmões, reduzir tosses e melhorar a saturação de oxigênio no sangue quando o trato respiratório está sobrecarregado. Para reduzir o risco de infecções e aumentar os níveis de glutationa nos pulmões, a dosagem costuma ser de 500 a 1.000 mg por dia. Para a redução da espessura do muco, a dosagem típica é de 200 mg, de três a quatro vezes ao dia.

Referências: 

  1. Mathew JL. Vitamin A supplementation for prophylaxis or therapy in childhood pneumonia: a systematic review of randomized controlled trials. Indian Pediatr. 2010 Mar;47(3):255-61.
  2. Teymoori-Rad M, Shokri F, Salimi V, Marashi SM. The interplay between vitamin D and viral infections. Rev Med Virol. 2019 Mar;29(2):e2032.
  3. Braga PC, Moretti M, Piacenza A, Montoli CC, Guffanti EE. Effects of seaprose on the rheology of bronchial mucus in patients with chronic bronchitis. A double-blind study vs placebo. Int J Clin Pharmacol Res. 1993;13(3):179-85.
  4. Moretti M, Bertoli E, Bulgarelli S, et al. Effects of seaprose on sputum biochemical components in chronic bronchitic patients: a double-blind study vs placebo. Int J Clin Pharmacol Res.1993;13(5):275-80.
  5. Luisetti M, Piccioni PD, Dyne K, et al. Some properties of the alkaline proteinase from Aspergillus melleus. Int J Tissue React. 1991;13(4):187-92.
  6.  Braga PC, Rampoldi C, Ornaghi A, et al.  In vitro rheological assessment of mucolytic activity induced by seaprose. Pharmacol Res. 1990 Sep-Oct;22(5):611-7.
  7. Majima Y, Inagaki M, Hirata K, et al.  The effect of an orally administered proteolytic enzyme on the elasticity and viscosity of nasal mucus.  Arch Otorhinolaryngol.  1988;244(6):355-359.  
  8. Nakamura S, Hashimoto Y, Mikami M, et al. . Effect of the proteolytic enzyme serrapeptase in patients with chronic airway disease. Respirology. 2003 Sep;8(3):316-20.
  9. Shimura S, Okubo T, Maeda S, et al. Effect of expectorants on relaxation behavior of sputum viscoelasticity in vivo. Biorheology. 1983;20(5):677-83.
  10. Kesic MJ, Hernandez M, Jaspers I. Airway protease/antiprotease imbalance in atopic asthmatics contributes to increased influenza A virus cleavage and replication. Respir Res. 2012 Sep 19;13:82.
  11. Santus P, Corsico A, Solidoro P, Braido F, Di Marco F, Scichilone N. Oxidative stress and respiratory system: pharmacological and clinical reappraisal of N-acetylcysteine. COPD. 2014 Dec;11(6):705-1.
  12. Stey C, Steurer J, Bachmann S, Medici TC, Tramer MR. The effect of oral N-acetylcysteine in chronic bronchitis: a quantitative systematic review. Eur Respir J 2000;16(2):253-62.
  13. Grandjean EM, Berthet P, Ruffmann R, Leuenberger P. Efficacy of oral long-term N-acetylcysteine in chronic bronchopulmonary disease: a meta-analysis of published double-blind, placebo-controlled clinical trials. Clin Ther 2000;22(2):209-21.

AVISO LEGAL: Este blog não tem a intenção de fornecer diagnóstico... Saiba mais